O Ensino por Unidades Didáticas e a retomada
da Pedagogia Herbartiana no Colégio Nova Friburgo
da Fundação Getúlio Vargas (CNF/FGV)


Pablo Silva Machado Bispo dos Santos
Doutorando em Educação – PUC-Rio/ Professor do Curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá
psmbsantos@gmail.com

Abstract
The Unidades Didáticas Teaching and the return of Herbartian Pedagogy on the Colégio Nova Friburgo (CNF/FGV)

        The present study had had as principal objective to throw a new look on the Unidades Didáticas teaching method, developed on the Colégio Nova Friburgo of the Fundação Getúlio Vargas (CNF/FGV), expert as a experimental school created by the private initiative. For so much, looked for to investigate such object through the study of the institutional memory of CNF, examining two documental sources in whose materiality such memory had presented concret way (two books edited by FGV about CNF and former-students' testimonies and former-teachers of CNF). At the end of the present study it was possible to capture elements of a traditional pedagogy and of a traditionalistic speech and patrimonialist that were presented for besides the ideas of pedagogic innovation and administrative competence presents in the analyzed documents.

KeyWords: History of the Brazilian Education, History of the Ideas and Education Institutions, Institutional Memory, Nova Friburgo College

INTRODUÇÃO

        Com vistas a orientar o leitor no “mergulho na memória institucional do CNF” que será realizado ao longo deste trabalho, faz-se necessário compor uma apresentação do CNF, e assim tornar visível a experiência educacional desta instituição educacional, especialmente quantos às relações entre o Método de Unidades Didáticas e os “passos da instrução formal”, elemento central da perspectiva pedagógica desenvolvida por Herbart.
        Como bases primordiais desta análise, elejo duas fontes impressas que considero de grande importância no sentido de tornar possível no momento presente, ter acesso à memória institucional do CNF. Trata-se de dois livros, editados pela FGV, cuja autoria é de Irene Mello Carvalho e que (segundo a autora) tiveram como objetivo principal tornar registrada a experiência educacional do Colégio Nova Friburgo. Torna-se claro, no entanto, que estes livros não serão aceitos de modo acrítico, ou seja, entendo que na mesma medida em que estas obras oferecem um manancial de informações a respeito do CNF que não poderia ser desprezado num estudo tal como o que desenvolvo, ainda assim, há que se ter em conta o fato de que estes livros representam (dentre outras coisas) a posição estratégica (CERTEAU, 1994) de atores que a partir destes impressos buscavam apresentar uma versão “oficial” a respeito da história do CNF e da memória contida nos registros apresentados nos referidos livros. Assim, cabe esclarecer que procuro empregar procedimentos de análise que tem por objetivo minimizar as influências da intencionalidade destes atores institucionais e, desta maneira, apreender de uma forma menos “ideológica” o significado da experiência educacional desenvolvida no Colégio Nova Friburgo.
        Neste trabalho procuro destacar os elementos referentes aos aspectos pedagógicos do Colégio, quais sejam: a) as questões disciplinares da organização discente do CNF; b) proposta de ensino do CNF.

O “Método de unidades didáticas” e a pedagogia do CNF: a disciplina e a instrução

        Neste item serão apresentados e discutidos os aspectos alusivos à aplicação do “Método de Unidades Didáticas” (CARVALHO, 1969) no âmbito do CNF. Isto se mostrou fundamentalmente necessário ao travar contato como livro de Irene Mello Carvalho alusivo a tal método, no qual a ex-diretora do CNF e ex-diretora da Divisão de Ensino da FGV indica que este constituiu a base primordial para a estruturação dos programas de ensino, da estruturação curricular e das normas de convivência entre os alunos do CNF. Decorre daí a premissa de que, para uma análise consistente do que representou a experiência educacional desenvolvida no Colégio da FGV torna-se necessário compreender de que maneira o referido método foi aplicado às dimensões pedagógicas e disciplinares do CNF.

A disciplina em sua relação com a pedagogia do CNF: a psicologia gestaltista em foco

        Para que se torne possível compreender como o Método de Unidades Didáticas foi aplicado à dimensão disciplinar o CNF, devem ser analisados os aspectos teóricos alusivos a este método. Tomando em conta a assertiva de Irene Mello Carvalho destacada acima, torna-se necessário compreender que o Método de Unidades Didáticas encontra dois grandes pilares de sustentação teóricos embasados na Filosofia e na Psicologia. Segundo CARVALHO (1969), a parte filosófica do método se apoiaria nos passos da instrução formal de Herbart e se ligaria aos aspectos mais propriamente instrucionais dos objetivos do ensino. Já a parte do método apoiada no seu “pilar psicológico” daria conta de uma perspectiva: “gestaltista e não atomista (CARVALHO, 1969; p. 23)”. Tal perspectiva psicológica, ao que tudo indica, teria dado ensejo à criação de normas disciplinares baseadas na valorização do convívio grupal e na construção de regras de disciplina e autogoverno, essencialmente se forem lembrados os pressupostos da psicologia gestaltista, os quais propõem uma ênfase no trabalho em grupo, bem como na tentativa de solucionar em grupo os problemas internos do indivíduo (BYINGTON, 1999). De acordo com CARVALHO (1988), esta perspectiva psicológica viria a influenciar no conceito de disciplina que norteava as atividades, do CNF, o qual: baseia-se, essencialmente, em interesse real pelo educando, em compreensão dos seus pontos de vista e empatia face a suas reações afetivas, e em respeito a sua individualidade (CARVALHO, 1988; p. 143).
        A psicologia gestaltista viria ainda, segundo a referida autora a servir de referência para a criação de normas disciplinares, baseadas no “convívio harmônico” entre os pares de alunos, e entre alunos, professores e funcionários e para a estruturação de regras de disciplina baseadas na resolução em grupo dos problemas, bem como na premissa de que a unidade grupal seria um dos principais objetivos a serem atingidos pelas normas de disciplinares presentes na proposta pedagógica do CNF (CARVALHO, 1969).
        A seguir, destaco uma fotografia (fotografia número 2, em anexo) na qual diversos representantes da direção da FGV, alunos, professores, funcionários e pais de alunos se encontram na Concha Acústica do GNF, com vistas a se confraternizarem após a solenidade de encerramento das atividades do ano letivo de 1950.
        Na fotografia de número 3 (em anexo), é registrada uma cerimônia de primeira comunhão da qual participou a primeira turma admitida no GNF em 1950.
        Todas as fotografias foram selecionadas com o objetivo de indicar um aspecto marcante, qual seja, a premissa de que o CNF deveria se organizar de modo a relacionar religião, família e escola (tal como veremos mais adiante no capítulo referente à análise dos depoimentos). Por ora não será aprofundada a análise deste aspecto das relações entre os diferentes atores presentes na instituição ora estudada, cabendo aqui, no entanto, comentar que, assim como aludido no livro de CARVALHO (1988), o CNF, ao que tudo indica, possuía uma intensa vida comunitária. Adiante será discutido de que maneira esta vida comunitária encontra eco também nos depoimentos e na Revista Curriculum, porém desde já deve ser enfatizado que este é um dos elementos mais vivos da memória do CNF.
        Não obstante estes imperativos de autogoverno e convívio grupal harmonioso há que se questionar quais seriam os limites do caráter “flexível” destas normas disciplinares, pois, ainda que apareçam nos livros analisados menções ao caráter flexível das normas disciplinares do CNF, ainda assim: “Os próprios professores orientavam a conduta dos alunos desde a hora em que eles acordavam até o momento em que iam dormir (CARVALHO, 1988; p. 143)”. Dessa forma, é possível captar uma contradição entre os imperativos de autogoverno propostos na pedagogia do CNF e a “orientação da conduta” realizada em tempo integral pelos próprios professores do CNF. Continuando este aprofundamento no universo das normas disciplinares do Colégio, me refiro a uma fotografia (fotografia de número 4, em anexo) que pode ajudar a refletir sobre os limites da efetivação desta premissa, postulada no âmbito das normas disciplinares implementas do CNF e referida nos livros sobre o Colégio como sendo uma realidade incontestável, construída a partir da experiência educacional do CNF.
        Na referida fotografia, se vê o Prof Amaury Pereira Muniz (Diretor do Colégio) orientando (ou estaria repreendendo?) um aluno durante a atividade do “hasteamento da Bandeira”. Observando de maneira acurada a postura corporal do professor Amaury Pereira Muniz (Diretor do CNF) e a expressão facial do aluno que está hasteando a bandeira é possível perceber que enquanto o Professor se posta de maneira severa em relação ao aluno (ele encontra-se de pé, com o dedo em riste e parecendo estar descontente em relação ao andamento da atividade do hasteamento da bandeira), o aluno que segura a corda presa ao mastro da bandeira, por sua vez manifesta em seu rosto uma expressão que dá a entender que estaria zombando do antigo diretor do CNF. Esta fotografia foi selecionada para constar neste capítulo como forma de indicar que, por maiores que sejam os esforços empreendidos com a finalidade de dar à história um sentido único, ainda assim, sempre há elementos que demonstram que não há a possibilidade de se postular a existência de uma “narrativa única” no que se refere a qualquer evento histórico (BRAUDEL, 1999), a despeito dos esforços empreendidos por parte dos construtores da memória do referido acontecimento histórico em representar a “versão verdadeira dos fatos”. Assim, tal como visto, o CNF teria realmente desenvolvido estratégias disciplinares e pedagógicas no sentido de buscar promover a coesão grupal dos seus alunos e a integração de seus professores em torno de projetos comuns. Tais iniciativas incidiram fortemente sobre o desenvolvimento de projetos extracurriculares, cuja organização e administração estariam franqueadas aos alunos, sendo, porém estes supervisionados por professores do CNF no desenvolvimento destas atividades. Segundo CARVALHO, tais atividades se denominavam:

atividades extraclasse ou extracurriculares. Em um internato, estas atividades são muito importantes para proporcionar uma gama extensa de experiências educativas e preencher construtivamente as horas de lazer. Hoje, prefere-se a denominação de atividades co-curriculares, porque podem ser efetuadas em classe ou fora dela, e quase sempre se articulam de uma ou de outra forma com o currículo escolar (CARVALHO, 1988; p. 121).

        Como exemplo destas, podem ser mencionadas: a Banda do CNF, o conjunto musical dos alunos (Banda Papoula), O Clube de Xadrez, o Clube Literário e o Clube de Teatro (CARVALHO, 1988).O que deve ser ressaltado, porém é que este processo não teria ocorrido de maneira totalmente consensual e que, como todo projeto, institucional, ou não, acaba por se constituir em campo de conflitos e tentativa de imposição de interesses particulares e que se pretendem hegemônicos (CERTEAU, 1994), o que motiva a inferir que, assim como registrado na fotografia número quatro, tais regras também poderiam ter sofrido questionamentos, e transgressões por parte de seus alunos e/ou professores. Porém à exceção desta foto, nenhum outro dos documentos analisados menciona problemas desta ordem, o que leva à hipótese de que estes teriam sido suprimidos dos registros da memória da instituição, dificultando desta maneira a tarefa de empreender a composição de uma história das transgressões disciplinares levadas a cabo pelos alunos do CNF, a qual, mesmo não sendo o objeto do presente estudo, poderia ser interessante no sentido de possibilitar “fazer falar” de outro modo (LE GOFF, 1985).

O CNF e o ensino por unidades didáticas: retomando os passos da instrução formal de Herbart

        Tal como foi mencionado anteriormente, a pedagogia desenvolvida no CNF utilizava como “pedra fundamental” o “Método de Unidades Didáticas”, criado e desenvolvido no âmbito deste Colégio. Igualmente foi ressaltado o fato de que tal método possuía um duplo suporte, calcado na filosofia e na psicologia. Se em relação aos aspectos disciplinares da pedagogia do CNF, a sua base era a psicologia gestaltista, em relação aos elementos do ensino desenvolvidos no CNF, seu referencial teórico remonta à noção de unidades, difundida por Henri Morrison, em 1926, e cuja filiação teórica aos passos da instrução formal de Herbart se mostra bastante estreita. Antes de ser aprofundado o modo como esta teoria veio a estruturar os programas de ensino e a organização curricular do CNF, torna-se necessário trazer á baila os seus principais postulados, bem como explicitar em que aspectos tal teoria se aproxima dos passos da instrução formal de Herbart.
        Com vistas a compreender o “Método de Unidades Didáticas” desenvolvido e aplicado no CNF, faz-se necessário compreender as características fundamentais da noção de unidades, cunhada por Henri Morrison em 1926, segundo o qual: “um aspecto complexo e significativo do meio, de uma ciência organizada, de uma arte ou da conduta, o qual, uma vez aprendido resulta em uma adaptação da personalidade (MORRISON, apud CARVALHO, 1969; p. 22)”.
        Este “aspecto complexo e significativo” deveria ser: “suficientemente amplo para ser importante e possuir suficiente homogeneidade para constituir um todo orgânico (Morrison, apud CARVALHO, 1969), e teria ainda uma classificação pautada numa distinção primordial entre três tipos de unidades: a) unidade-matéria: um tópico, uma generalização; b) unidade-experiência: um centro de interesse, um propósito, uma necessidade do aluno; c) unidade-mista (unidade didática): uma atividade de descoberta e verificação normativa e crítica (Morrison, citado por CARVALHO, 1969; p. 24).
        De acordo com CARVALHO (1988), a unidade didática seria a matriz da organização pedagógica, em especial no que tange aos programas de ensino e à estruturação curricular do CNF. A esse respeito, a autora indica que:

        (…) No que se refere à articulação entre as unidades didáticas, realizada com o objetivo de compor uma grade curricular e/ou um plano de curso de uma disciplina, é interessante observar o modo como a “unidade-didática” vem a se configurar como elemento regulador das relações entre ensino-aprendizagem, pois os objetivos do ensino no que se refere à sua dimensão comportamental partem desta noção, e seguem um plano composto das seguintes etapas: exploração, apresentação, assimilação, organização, recitação (Morrison, apud CARVALHO, 1969; p. 67).

        Antes de prosseguir no exame de cada uma destas etapas, cabe identificar em que esta proposta pedagógica se aproxima da teoria dos passos da instrução formal de Herbart. Para tanto, apresento um quadro comparativo entre estas duas vertentes teóricas (ver em anexo).
        Ao se examinar o quadro mencionado acima, constante do livro de Irene Mello Carvalho (1969) a respeito do ensino por unidades didáticas, é possível perceber que as fases do Plano Morrison foram dispostas de maneira análoga aos passos da instrução formal de Herbart1 (SUCHODWLSKKY, 1973). Antes de seguir em direção à análise do modo como o Plano Morrison foi apropriado e utilizado no CNF, cabe detalhar em que consiste cada uma de suas fases. Para CARVALHO (1969), as fases do Plano Morrison correspondem às seguintes atividades didáticas: a) Exploração: etapa em que o professor deve reunir os elementos relativos ao tema que irá tratar, com vistas à elaboração das atividades de ensino; b) Apresentação: exposição sucinta do conteúdo pelo professor; c) Assimilação: proposição de exercícios de fixação, com vistas a fazer com que o aluno assimile os pontos fundamentais de cada unidade didática; d) Organização: nesta etapa, o aluno deve realizar atividades alusivas ao tema sem o auxílio do professor; e) Recitação: na etapa final o aluno deve realizar uma exposição oral a respeito do assunto trabalhado, cabendo então a avaliação final da aprendizagem através da avaliação do desempenho do aluno nesta atividade. A partir destas etapas, concernentes ao Plano Morrison, o CNF teria desenvolvido um método de ensino próprio, o método do Ensino por Unidades Didáticas. No segundo quadro que segue em anexo são apresentados os passos do Plano Morrison e do Plano do CNF.
        Em relação às diferenças entre o Plano Morrison e o Plano do CNF, deve ser mencionado que, a despeito da grande influência das idéias de Henri Morrison na composição do Plano CNF, ainda assim, o planejamento de ensino no Colégio possuía mais algumas etapas (as de suplementação e verificação), as quais propunham atividades de ensino a elas relacionadas. Assim, na etapa da “suplementação”, por exemplo, estariam previstas atividades nas quais o aluno pudesse com o auxílio do professor, repetir as etapas de “apresentação geral” e “estudo/assimilação das subunidades”, para que, a partir daí pudesse novamente se submeter à etapa de “verificação” (realizada com o acompanhamento do professor no momento da elaboração do exercício pelo (s) aluno(s)) e, por fim (caso se houvesse verificado a aprendizagem do(s) aluno(s)), passar à etapa final, a de “expressão”, (relativa à verificação da aprendizagem por meio de exercícios escritos). O Plano do CNF seria, portanto a dimensão experimental da didática desenvolvida neste Colégio.

Considerações Finais

        Conforme foi observado ao longo deste trabalho, a Direção do CNF apresentou como “carro-chefe” de sua pedagogia o Método de Unidades Didáticas. Tal método de ensino se pautaria em uma perspectiva experimental e inovadora, segundo o entendimento da Prof Irene Mello Carvalho, porém no decorrer deste breve estudo foi possível perceber que tal método acabava por retomar (e de forma bastante substancial) os passos da instrução formal de Herbart. A esse respeito, é interessante verificar o que comenta Anísio Teixeira, no prefácio do livro O Ensino por Unidades Didáticas, de autoria da então diretora do CNF, Irene Mello Carvalho:

Nas alturas de 1954, não deixa de ser provocante acompanhar as torturas de Morrison para apresentar seu pensamento conservador como científico.Tanto o compreendo como resultado da limitação real dos nossos conhecimentos pedagógicos, sobretudo no que diz respeito a técnicas e processos de ensino quanto me parece inadequado querer considerá-lo como algo melhor do que o velho Herbart, que levava sobre ele a vantagem de haver doutrinado em período bem anterior, quando muito menos sabíamos de psicologia, de filosofia, de antropologia, de sociologia e das ciências humanas que fundamentam a educação (...)De qualquer modo, porém, num país em que pouco se soube de Herbart e em que ensinar não passou ainda da situação de memorizar para exame fragmentos desconexos de conhecimentos, experimentar os recursos recomendados por Morrison para ensinar as matérias do curso secundário com ênfase em unidade, organização do conhecimento e integração, é novidade tão grande que me custa acreditar como Dona Irene Mello Carvalho pôde levá-la a efeito numa escola secundária rígida, uniforme e legalística como a brasileira (CARVALHO, 1988, p. 116-117).

        Ao que tudo indica, o comentário de Anísio Teixeira ilustra de maneira magistral a noção de que o Ensino Por Unidades Didáticas, contido no Plano Morrison e no Plano CNF consistiu muito mais em uma retomada da Pedagogia de Herbart e dos passos da instrução formal, do que em uma experiência de caráter experimental e inovador, tal como apregoado pela Profª Irene Mello Carvalho quando esteve à frente da Direção do CNF. Cabe destacar ainda, que, não obstante em meados do século XX, se assistir no âmbito do CNF uma retomada da Pedagogia de Herbart, não pretendo com isso indicar que tal experiência educacional seria inválida, mas sim com um orientação pedagógica diferente (tradicional, e não inovadora) da que lhe é atribuída pela Direção do CNF.

Referências Bibliográficas

BRAUDEL, Fernand. Uma Lição de História de Fernand Braudel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

BYINGTON, Carlos Amadeu. Pedagogia Simbólica. São Paulo: CORTEZ, 1999.

CAMBI, Franco. As Pedagogias de Hegel e Herbart. In: História da Pedagogia. São Paulo: UNESP, 2001.

CARVALHO, Irene Mello. O Ensino por Unidades Didáticas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1969.

_________. COLÉGIO NOVA FRIBURGO DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS: histórico de suas realizações. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1988.

CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1994.

LE GOFF, Jacques. Historia. In: Enciclopédia Einaudi, v.1, Memória-História. Porto: Inova/Artes Gráficas, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1985 (p. 158-178).

SUCHODOWLSKI, Bogdan. Tratado de pedagogia. Barcelona: Península, 1973.

Anexos

Quadros
Quadro comparativo “a”: Passos da Instrução formal de Herbart / Plano Morrison
Passos da Instrução Formal (Herbart) Plano Morrison
1 – Clareza
2 – Associação
3 – Sistematização
4 – Método
1 – Exploração
2– Apresentação
3– Assimilação
4– Organização
5 – Recitação (exposição oral realizada pelo aluno)

Quadro Comparativo “b”:Plano Morrison / Ensino por Unidades Didáticas (Plano do CNF)
Etapas do Plano Morrison Etapas do Plano do CNF
1 – Exploração
2– Apresentação
3– Assimilação
4– Organização
5– Recitação (exposição oral realizada pelo aluno)
1 – Sondagem
2 – Apresentação Geral
3 – Estudo ou Assimilação das subunidades
4 – Organização
5 – Verificação
6– Suplementação
7 -Expressão (poderia ser realizada por atividades escritas ou orais)

Fotografias: todas as fotografias constam do acervo eletrõnico da Associação de ex-Alunos, Funcionário e Professores do CNF – AEX/CNF. Cujo site da web é: www.gnfcnf.org.br.

Fotografia 1: Autoridades visitam o CNF em 1948

Fotografia 2 – Pais, Alunos, Funcionários e Direção da FGV na Concha Acústica do GNF em 1950

Fotografia 3 – Primeira Comunhão no GNF em 1950

Fotografia 4 - Professor Amaury Pereira Muniz e um aluno na atividade do “hasteamento da Bandeira”

FOTOS DO GNF/CNF
Fonte: www.gnfcnf.org.br

Fotos da Construção do Colégio Nova Friburgo em 1949


Fotos Antigas retiradas de um papel de carta do Colégio
 

Pais e Alunos - 1950

Heraldo Cidade, D. Suzana, Pica-Pau, Roberto Barcellos, Roberto Braga, Docinho, Guido Couto Maciel, Dolabella, Drauld Hernani, José Álvaro Cardoso, Reinaldo Barão

Professor Amaury Pereira Muniz (Ex- Diretor do CNF) ensinando aluno a hastear a Bandeira

Professores, Direção, Funcionários e Alunos do Ginásio Nova Friburgo - ano 1950, foto tirada na Concha Acústica do Colégio

Sentados: Sra.Dr. Luiz Simões Lopes c/ o filho menor Lopinho
Dr.Luiz Simões Lopes - Professor Oliveira - Piguimeu - Myrian ( Mirinha )
Rubem Porto c/ filho do Amaury - duas filhas do Murilo
Sadi Cabral pai do Professor Sadi – Frâncico Nunes - Evaristo.
Em pé: Família do Dr. Luiz Simões Lopes - Professor Amaury -
D. Zely e atrás Dr. Ratisbona e D. Cléa -Maria Tereza irmã do Pica-Pau
- Padre - esposa do Murilo e Murilo - atrás Adelino - Schnieder
- Carlos Rocha (Administrador) - D.Ruth Mota Paes -
D. Helena Carestiato - João da Mota Paes - atrás três funcionários.

Rubem Porto, Presidente Eurico Gaspar Dutra , e Jorge Guinle ex-prefeito de Nova Friburgo, vendo as obras do GNF

1º Comunhão na Capela do GNF – 1950

Identificados: 1ª fila : Renato Werneck - Humberto Campeã - Walter Wanzek - Roberto Cox - Luiz Arnaldo - Gilberto Raulino (1º Aluno do CNF)

Desfile da primeira Banda do GNF - 1951 (I)

Banda do CNF desfilando pela Cidade de Nova Friburgo em 07 de setembro de 1962

Desfile da Banda do CNF na Cidade de Nova Friburgo em 07 de setembro de 1972


Biblioteca do Ginásio em 1960

Turma Admitida no Ginásio em 1955

Turma do Ginásio (3º Científico) – 1965

Da esquerda para a direita :
1. LINO BARREIRA DA FONSECA / 1959 - 1965 / ?? / NOVA FRIBURGO, RJ.
2. LUIZ VICTOR TINOCO DE BARROS / 1963 - 1965 / ?? / CAMPOS DOS GOITACAZES, RJ
3. DAVIS "PACHECO" TENDLER / 1958 - 1965 / GRENÁ / NOVA FRIBURGO, RJ.
4. JOSÉ LUIZ MACHADO / 1958 - 1965 / BRANCA / RIO DE JANEIRO, RJ.
5. COORDENADOR DA TURMA : PROFESSOR EDMAR "DEUS" DIAS TEIXEIRA / BRANCA
6. JULIO PENIN DOS SANTOS / 1962 - 1965 / ?? / SANTOS, SP.
7. MARCELO DE AQUINO GAZINEU / 1964 - 1965 / ?? / CAMPOS DOS GOITACAZES, RJ.
8. GUILHERME MOREIRA SOUTO / 1963 - 1965 / ?? / CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM, ES.
9. IAN DAVID TURNBULL / 1959 - 1965 / AZUL / NITERÓI, RJ.

Turma da Quarta Série Ginasial “A” – 1960



NOTAS
1Os passos da instrução formal de Herbart são os seguintes: a) Primeiro passo - etapa da clareza: nesta etapa o aluno deve simplesmente observar o objeto e/ou elemento de ensino que deve aprender. b) Segundo passo -etapa da associação ou comparação: nesta etapa o aluno deve ser levado a comparar (ou associar) as impressões que teve da atividade de observação realizada com suas próprias opiniões e/ou outros temas de ensino similares;.c) Terceiro passo - etapa da sistematização ou da generalização: a partir da primeira comparação realizada o aluno deverá aplicar o esquema de inferência desenvolvido no segundo passo a vários elementos relacionados, efetuando assim um exercício de genralização. d) Quarto Passo - etapa do método ou da aplicação: nesta etapa o aluno deverá desenvolver esquemas associativos que lhe permitam não somente generalizar os resultados obtidos no terceiro passo, como também expor tais resultados de modo organizado e inteligível para os demais de sua classe e para o professor (CAMBI, 2001).